A nossa estratégia de trabalho consiste em juntarmo-nos às comunidades e utilizar as matérias-primas facilmente disponíveis. Por enquanto, estamos a trabalhar com duas comunidades diferentes para trançar fibras no distrito de Chigubo (interior, província de Gaza) em volta do Parque Nacional de Banhine e em Linga-Linga, na costa da baía de Inhambane.
As mulheres acordam de manhã cedo antes do nascer do sol e vão para o mato buscar as suas matérias-primas para a produção artesanal.
Algumas mulheres têm que andar muitos quilómetros para encontrar estes materiais, chegando mesmo a regressar a casa só no dia seguinte por causa das distâncias no mato. Utilizamos fibras de palmeira, madeira, corantes naturais, couro e acessórios de metal, para a produção dos nossos produtos. Obtemos 90% das matérias-primas em Moçambique, principalmente das comunidades.
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A Márcia é uma ambientalista sincera. Ela participa em todas as formações, certificando-se de que as boas práticas de recolha são seguidas. Duas ou três vezes por ano ela própria vai ao terreno com as mulheres para a recolha da matéria-prima.
A sociedade urbana moderna pode pensar que sabe mais, mas as pessoas nas comunidades sabem definitivamente melhor como viver, depender e cuidar da natureza. O conhecimento sobre materiais e recursos é profundo em termos de gerações. Temos de aprender das pessoas rurais como viver ecologicamente e respeitar as paisagens naturais que nos rodeiam.